O dia de ontem foi agitado e cheio de surpresas, umas agradáveis e outras assustadoras.
O processo de impeachment segue seu rumo e seu curso constitucional, há choro e ranger de dentes na bancada da chupeta e o Corintians foi eliminado pela quinta vez na Arena de Itaquera.
Mas ainda não consegui digerir a decisão de Teori Zavascki, referendada pelo pleno do STF afastando Eduardo Gru Cunha tanto da presidência da Câmara Federal, quanto de seu mandato como deputado Federal...
Uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa, como diria o sábio cearense Otto Von Sifuder.
É óbvio e ululante que Cunha retardou o quanto pode o andamento do processo contra ele na comissão de ética e até poder-se-ia entender que caberia um pedido de ação externa à casa legislativa por abuso de poder e coisa e tal. O foro para tal seria o STF e o agente solicitante poderia ser um dos deputados, um dos partidos, o papa ou mesmo o PGR, mesmo assim esgotadas todas as medidas internas que sejam cabíveis. Nem sei se já foram, mas caberia...
Porém, como engenheiro, acho (e tenho todo direito de achar, já que não sou adEvogado), dar um gancho duplo no Dudu foi "invasão de domicílio" pura e simples. Ainda mais sem limite pré-estabelecido. Pode durar um dia, uma semana ou até o inferno esfriar.
Foi uma medida radical, inusitada e inédita. Criou um vácuo sem precedente em todos os sistemas: constitucional, da legislação comum, do regimento da câmara, da cabeça dos mortais, que nem este sivícola atrevido.
É voz popular que "juiz se acha Deus". Fortes suspeitas por casos frequentemente divulgados na imprensa, atestam isso. Mas ministro do STF tem certeza que é Deus.
E tudo que não precisamos no momento é uma corte com viés bolivariano e, aí sim, golpista. Não haverá a quem recorrer, por processos e vias convencionais; e o caos não se corrigirá com vozes nas ruas e teclas batendo com vigor nas redes sociais.
Isso não é bom para a democracia brasileira. O lado dos jedis não estão acostumados como os guerrilheiros do lado vermelho da força.