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sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

Cordelando 106: Brasil - País que me Seduz


Tinha uma grande marchinha,
Tocando no Carnaval.
Dizendo que lá no morro,
A coisa só ia mal.
Por naquela favela,
Tem algo que me seduz.
De dia, lá falta água.
De noite, lá falta luz.

Não é que aqui no Brasil,
O marcha virou verdade.
Com a coisa acontecendo,
Em quase toda cidade.
Botando a culpa no santo,
Que cuida da chuva mandar.
Esquecendo o governante,
Que esqueceu de planejar.

Em metade do Brasil,
Teve outro apagão.
Com a falha da usina,
Que causou a confusão.
Pior foi ter que ouvir,
Do ministro a explicação.
Um defeito numa peça,
No meio do sistemão.

Lorota maior já ouvi,
Vindo da corja vermelha.
Vocês também vão lembrar,
Caiu do céu a centelha.
Acertou ao mesmo tempo,
3 linhas de transmissão.
Uma bem longe da outra,
E chuva não teve não.

Fora isso outro evento,
Teve por lá na Suíça.
Encontro do povo rico,
Não só pra comer linguiça.
Foram lá pra discutir,
Do mundo a evolução.
Mas a nossa soberana,
Lá não deu as caras não.

Preferiu subir os Andes,
Pra posse do índio louco.
Que tomou refinaria,
E ficou também com o poço.
Vestido de Atahualpa,
Com roupa bordada a ouro.
Que custou foi 10 mil contos,
Pagos pelo nosso povo.

Continuou-se a saga,
Das mentiras da campanha.
Eles fazem suas merdas,
E o povo é que apanha.
Gastam tudo que podiam,
Em contrato ou cartão.
Uns se fingem que escondem,
Outros nem ocultam não.

Fato é que o tesou ro,
Diferente dos piratas.
Estão num baú furado,
Pouco maior que uma lata.
Não tem mais de onde tirar,
Isso só causa desgosto.
Por acabam aumentando,
Pra tudo um novo imposto.

Acostumada a pagar,
Toda conta de vizinho.
Nossa adorada monarca,
Cedeu bem mais um pouquinho.
Pra ajudar a Cretina,
A imperatriz portenha,
Vai comprar a energia,
Embora por lá não tenha.

Enquanto isso em Sampa,
Do prefeito enrolado.
Vai chegado secretário,
Na eleição derrotado.
Com a belas ciclovias,
Garoa já não se viu.
Obra de grande importância,
Do prefeito Suvinil.

Os ministros que assumiram,
Jurando evolução.
Dizem que essa promessa,
Esse ano não sai não.
Juro só vai para cima,
Imposto, Taxa, IOF.
Pibinho que se repete,
Salário que é bom esquece.

Combustível já subiu,
Empurra tudo pra cima.
Transporte, gás, energia,
Assim a história ensina.
Crédito vai despencar,
Comércio não se aguenta.
Povo não compra mais nada,
E a recessão se assenta.

E seguindo a vergonha,
No nível internacional.
Desrespeitando o Barão,
Passado sensacional.
Hoje o Itamaraty,
Igual mendigo largado,
Não paga água nem luz,
Fica tudo abandonado.

Toda imprensa mostrando,
Vergonha pra todo lado.
Só quem fala é mequetrefe,
Tudo meio amarelado.
regovernANTA sumiu,
Dela não se ouve falar.
Esperando e rezando,
Pra confusão se acalmar.

Esqueçam tudo que eu disse,
Na semana que passou.
O importante pro país,
BBB que começou.
O povo já se manifesta,
Por um ou outro irmão.
Esquecendo dos problemas,
Que ocorrem na nação.

Falta menos de um mês,
Pra chegar o carnaval.
Ai é que a coisa vira,
Uma festança geral.
Só sofre quem tem juízo,
E curte preocupação.
Pois sabe que vai pagar,
A conta da confusão.

terça-feira, 20 de janeiro de 2015

Apagou Tudo. Tchan, Tchan, Tchan, Tchan...


Era inevitável. Como todas as demais mentiras ditas na campanha eleitoral, o sistema elétrico brasileiro NÃO é nem um pouco ROBUSTO, como afirmavam deelma e o Lobão. E isso eu escrevo aqui há uma porrada de tempo.
Ontem, por determinação do ONS - Operador Nacional do Sistema, cerca de 3.000 MW foram deliberadamente desligados para manter a estabilidade do sistema como um todo.
Para fazer ideia,da grandeza, estamos falando de desligar duas cidades iguais a Manaus, uma metrópole de 2,3 milhões de habitantes ou 40% da carga da grande São Paulo, ou perto de 8% da carga total do país. É MUITA COISA.
Pelos dados disponíveis, já que a explicação do ONS foi simplória e só visou blindar a dentuça, que proibiu até o ministro Eduardo Braga de falar muito, para o apagão não chegar perto dela; estivemos muito perto da falha total.
A informação oficial: a falha de um Banco de Capacitores - BC restringiu o despacho de energia no sentido norte-sul. Com isso houve queda na frequência do sistema e provocou desligamento da usina de Angra I e, seguidamente, mais 7 geradoras de porte. Como a carga estava subindo, o ONS determinou que as distribuidoras ativassem MANUALMENTE o Esquema Regional de Alivio de Carga - ERAC, desligando as cargas não prioritárias de modo a equilibrar a reação geração x consumo.
Esclareço que, se não fosse feito o corte, o ERAC ia atuar no automático e a bronca poderia ser muito maior ou até mesmo total, pois também haveria atuação da proteção pelo lado da geração num efeito dominó.
Os Comentários: Não sei em que ponto se deu a tal falha dos capacitores; mas tem que ter sido, digamos assim, uma dor no primeiro e segundo molares, tamanha a importância que se deu a ela. 
A função dos BCs é evitar fluxo de energia não produtiva nas linhas de transmissão. Porém, para levar à tal alegada queda de frequência no sistema, a ponto de começar a derrubar usinas, teria que ser um super-banco, o que não existe. Estes equipamentos são modulares e perder todos os módulos de uma vez só, é mais difícil que aqueles três raios que acertaram as três linhas simultaneamente uns anos atrás. Até porque, para linhas de carga muito pesada, além dos bancos de capacitores, usa-se compensadores série, mais eficientes e de ação mais rápida.
Observando os mapas indicativos dos estados atingidos e comparando com o mapa eletro-geográfico do sistema interligado, permito-me supor que o defeito ocorreu em alguma instalação próxima da subestação de Serra da Mesa, já que houve um isolamento do sub-sistema norte-nordeste e o corte se restringiu aos sub-sistemas sudeste-sul-centro oeste.
Sobre os desligamentos sequenciais das usinas, a queda de frequência alegada sinaliza que havia um empate na disponibilidade de geração frente às condições de carga. O "fiel da balança" estava bem no meio; quase sem reserva, como se recomenda, pelo lado da geração. A proteção de velocidade dos geradores os faz desligar.
Daí a necessidade de se comandar o imediato corte seletivo de carga, para reequilíbrio do sistema, sendo esta a atuação técnica correta.
Reitero o que já citei aqui: os reservatórios das hidrelétricas, que respondem por cerca de 75%, contém apenas 19% de sua capacidade de armazenamento. Usaram a água além do ponto de equilíbrio devido, para evitar o aumento do prejuízo das distribuidoras com a geração mais cara das usinas térmicas. Usina térmica, mesmo as unidades Heavy Duty, não foram feitas para gerar a toda carga o tempo inteiro. As nossas vêm trabalhando assim há muito tempo. Logo começarão a dar defeito.
Não tenho a menor confiança de que se siga corretamente os programas de manutenção preventiva e preditiva dos equipamentos auxiliares como transformadores, disjuntores, chaves, etc. Basta ver os tais bancos de capacitor que falharam agora.
Portanto, recomendo que mantenham em dia os estoques de pilhas alcalinas nas lanternas, a conta corrente no fornecedor de gelo para conservação de alimentos e comprem leques para atenuar o calor, porque a coisa vai piorar ainda...