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sábado, 28 de abril de 2012

"Ronda Nos Bairros" Sob Suspeita

O Programa Ronda Nos Bairros foi um dos pilares da campanha do turco Omar Aziz ao governo do estado. Tão badalado que foi, mereceu destaque inclusive no programa nacional de segurança e foi copiado por vários estados, inclusive pelo competentíssimo Jacques Wagner, petralha que governa a Bahia.
Trata-se de um sistema integrado de policiamento nos bairros em que as guarnições dos veículos são sempre as mesmas, com telefones próprios, gratuitos e de conhecimento da população dos diversos locais em que atuam, visando gerar uma proximidade entre o policial e seus protegidos, inspirando confiança e trazendo integração. Belíssimo filosoficamente.
Viaturas super-equipadas com o que há de mais moderno em tecnologia embarcada: câmeras on line transmitindo ao vivo para o Centro de Operaçoes Policiais Integrado - CIOPS, GPS, visão noturna e os escambau a quatro. E realmente diminuiram os índices de criminalidade onde já se dispõe do benefício. Ainda há muito por fazer, mas é um bom começo.
Pois bem...Nem começou o efeito a se multiplicar e já deu barro.
Os tentáculos da Delta, Cachoeira e companhia limitada surgiram de dentro dos carros de puliça e não foi levando a curriola de sempre prá cadeia.
Boiou a informação que os quatro contratos de R$ 143,8 milhões com a construtora Delta para locação de veículos para a Polícia Militar do Estado, estão eivados de falcatruas. Já rolam dois inquéritos civis abertos pelo Ministério Público Estadual para apurar suspeitas de irregularidades nas licitações, sobrepreço nas locações e uso de placas reservadas (frias) nos carros da frota.
Dos quatro contratos do governo do Amazonas com a Delta vigentes até 2014, dois deles, no valor de R$ 24,2 milhões, foram realizados sem licitação. São 252 veículos alugados pelo governo, dos quais 60 estão nas ruas desde o ano passado. O custo unitário do aluguel varia entre R$ 8.500 e R$ 14,4 mil.
Isso só já seria o maior babado, mas ainda tem mais. Soube-se que alguns dos carros alugados possuem registros (placas) irregulares e não republicanas.  No DETRAN/AM 13 deram chabu e apenas duas estavam com emplacamento em nome da Delta. As outras não tinham registro no órgão.
O turco saltou das tamancas e abriu um inquérito para apurar o rolo. A comissão de fiscalização deverá acompanhar em que pé está o cumprimento das etapas do contrato com a Delta prá ver até onde vai a confusão. "Qualquer coisa que esteja errada eu desfaço o contrato", disse Omar.
Com relação às placas ditas reservadas (frias, feitas apenas para serviços de inteligência), Aziz disse ter determinado à Secretaria de Segurança Pública que corrija o problema, que citou como "falha sem intenção de dolo". Ah tá...
O promotor Edilson Martins, que coordena as investigações sobre a Delta, disse que os veículos alocados deveriam ter recebido uma placa de carro particular do Detran. Mas é claro que pode haver interesses escusos como o não pagamento de multas de trânsito e de impostos.
A diretora-presidente do DETRAN/AM Mônica Melo, confirmou que o órgão entregou placas reservadas para os carros alocados. "É uma placa de cunho reservado em caráter policial", disse.
A Delta informou que irá se defender de todas as acusações, em todas as instâncias. Em nota, a empresa disse ter "certeza da sua idoneidade e da lisura e transparência de todos os certames que disputou e venceu". Afirmou ainda responder pelo emprego direto de mais de 25 mil pessoas no país e esperar "que haja equilíbrio e serenidade nesse momento".
Prá quem domina as obras de maior porte do PAC (mesmo que não saiam do papel, os contratos bilionários existem) alugar carros é coisa de criança. A não ser que tenha alguma coisa por trás, o que parece ser o caso.

sexta-feira, 27 de abril de 2012

Cordelando 60: Cota é Tudibom. Mas Eu Seria Engraxate.



Eu não quero nem pensar,
No que vai acontecer.
Depois que nosso supremo,
Decidiu tal parecer.
Tem cota prá várias classes,
Por cor, sexo ou origem.
Quando a coisa se espalhar,
Não nos livra nem a Virgem.

Decidiram que as cotas,
São bem constitucional.
E que reservar as vagas,
Tudo é coisa bem legal.
Capacidade não vê,
Competência nem também.
O que interessa é cotar,
Não interessa nem a quem.

Se um branco infortunado,
Nota dez ele tirar.
Outro que tirar um sete,
Na frente lhe vai passar.
Pois se for um escurinho,
Ou de escola do governo.
Toma vaga na maior,
Sem queixume e com sossego.

Se houver concurso público,
Nem precisa estudar.
Basta fazer um exame,
Prá em pardo se tornar.
Escolhe a melhor vaga,
Melhor remuneração.
Nem interessa se outro,
Tirou nota maior não.

E ainda tem a boquinha,
De estudar no exterior.
Coisa de escola grande,
Que deelma negociou.
Com cota prá todo mundo,
Que quiser só viajar.
O tema de seu mestrado,
Nem precisa apresentar.

Os argumentos da toga,
Parece filme de horror.
Tem um que alega perda,
Prá geração anterior.
Que tem que recuperar,
Prejuizo do passado.
Não interessa agora,
Que é beneficiado.

O tal daquele que Lewa,
E eu não sei bem aonde.
Disse que depois conserta,
Coisa do tempo do bonde.
Que quando chegar a hora,
Que equilibrar a peleja,
Volta tudo onde estava,
E tudo acaba em cerveja.

O ministro Luiz Fux,
Que decide ser assim.
Disse que não discrimina,
Classifica isso sim.
Rosa Weber do Trabalho,
Com tão pouca experiência.
Acha cota bem legal,
Quase coisa de ciência.

Carmen Lúcia consciente,
Decidiu que é legal,
Por conta de seu passado,
Onde sofreu muito mal.
Peluso foi mais além,
Citando coisa de crédito.
Pois criou o incompetente,
Que passa agora a ter mérito.

Gilmar que muito ajudou,
Quem queria se soltar.
Falou de tal distorção,
Que agora vai acabar.
Celso Melo que já fez,
Muito voto bem legal.
Disse que agora o Brasil,
Tá quase internacional.

Barbozão que tem nas cotas,
Mesmo com tanta dor.
Obrigação de votar,
Mensalão que apurou.
Disse que nos isteites,
Liberdade agora há.
Só depos que um negão,
Começou a governar.

Circulou na internet,
Pensamento igual ao meu.
Branco, hetero e médio,
Pode contar se fud**.
Pois não vai ter mais a chance,
Que eu tive no passado,
De fazer minha carreira,
No estudo bem calcado.

Tira 20 para os pardos,
Mais 20 só para mulher.
Outros 20 para os homo,
Mais 20 prá quem quiser.
Só sobra 20 pro resto,
De toda essa nação.
Competência não importa,
Detalha não vale não.

Como querem que se faça,
Dessa uma grande nação.
Se reserva não se faz,
Para o competente não.
Seleciona por cota,
Sem qualquer merecimento,
Que é bo e qeum produz,
Cai mesmo noesquecimento.

Parou a rima...Sou branco (branquelo mesmo), hetero, filho de famíla de 4 filhos, sustentada por funcionário publico que ganhava, em números de hoje R$ 5.000,00; que nos dizia que o dinheiro da casa era prá pagar escola e comida. O que ele tinha prá nos deixar era o que coubesse nas nossas cabeças. Exemplo de honra, dedicação a seu trabalho e à família e à seriedade que nos legou (Ô expressão banalizada hoje em dia). Nosso pequeno apartamento de 70 metros quadrados, nos foi dado por um tio, que, saindo de Manaus, passou em terceiro lugar em medicina na UFPE e morou em nossa casa por um tempo.
Exceto minha irmã que era um pouco mais bronzeada, nenhum de nós se enquadraria em nenhuma cota. E o Brasil teria perdido 2 engenheiros, 1 professora de educação física e um administrador especialista em marketing (não marqueteiro). Todos pós-graduados e com trabalhos premiados nacionalmente.
Pena. Dó. Lamento. Vergonha. Ira.
Lamento encerrar este cordel assim, mas foi inevitável pela revolta que me reveste.

quinta-feira, 26 de abril de 2012

Cientista Diz ter Achado o Ponto G


Ontem saiu uma notícia de que um ginecologista americano jura ter encontrado o famoso Ponto G, ou ponto de Gräfenberg, teoricamente (ou praticamente?) o lugar mais sensível de uma mulher que, estimulado, concede grande excitação e um potente orgasmo, e cuja existência é alvo de controvérsia há décadas no meio científico (e pornô).
O dr. Adam Ostrzenski, do Instituto de Ginecologia de St. Petersburg, Flórida, jura que confirma a existência do Ponto G depois de realizar uma dissecação no cadáver de uma mulher de 83 anos.
HEIN? Pergunta esse silvícola aculturado mas não besta.
Dr. Adma diz que o Ponto G se apresenta como uma pequena cavidade bem definida na parte posterior da membrana perineal, de 16,5 milímetros da parte superior do orifício da uretra, criando um ângulo de 35 graus na parte lateral da uretra. Formado por três regiões distintas, o Ponto G no cadáver analisado media 8,1 mm de comprimento e uma largura variável entre 3,6 mm e 1,5 mm e uma altura de 0,4 mm. Dimesionalmente o Ponto G e todos os tecidos adjacentes variaram entre 8,1 a 33 mm.
Passada a informação científica, pergunto de novo:
- Tem as coordenadas do ponto G geo-referenciadas por GPS?
- Fora a véia dissecada, o dr. Adam tem alguma outra foto digital de alta resolução sobre o objeto em estudo?
- A véia era sexualmente ativa ou era freira em convento carmelita?
- Saiu no Google Street alguma confirmação de experimentos populares neste sentido?
Posto que não tenho as respostas, permanece a necessidade de continuar os experimentos. Então, vamos à luta cientistas, pois temos muito o que fazer.

quarta-feira, 25 de abril de 2012

Cotas: O Julgamento Final


Nesta quarta-feira, o STF começa a decidir sobre a validade da implantação de cotas raciais, a princípio nos processos de seleção de alunos do sistema público de ensino superior, mas que terá repercussão na definição futura de cota prá isso ou cota prá aquilo, posto que decisões desde tipo têm efeito vinculante e geram acórdãos para outros casos. Serão discutidas no plenário duas ações que contestam a constitucionalidade do regime que reserva vagas em universidades do governo federal e de estados a partir do frágil critério da cor da pele do candidato.
Quais são as ações sob análise?
ADPF 186
A ação ajuízada em 2009 pelo DEM questiona a constitucionalidade do sistema que reserva 20% das vagas da UnB para estudantes negros. De acordo com o texto do processo, a prática é ilegal porque oferece tratamento diferenciado a negros e brancos. Além disso, as cotas institucionalizariam o racismo.A decisão do STF não se restringe à UnB. Se os ministros se posicionarem contra o sistema de cotas, todas as universidades deverão se adequar ao parecer do Supremo
Recurso extraordinário 597.285
Ação ajuízada em 2009 pelo estudante Giovane Pasqualito Fialho. Ele não foi aprovado no vestibular para o curso de administração da UFRGS, embora tenha alcançado pontuação superior à obtida por alunos admitidos pelo sistema de cotas. A decisão do STF não se restringe ao caso de Fialho. Se os ministros se posicionarem contra o sistema de cotas, todas as universidades deverão se adequar ao parecer do Supremo
Por que acho que qualquer tipo de cotas é errado? Porque equaliza os desiguais e privilegia uns poucos, seja por que razão for: cor, credo, sexo, preferência sexual ou outras milonguices que se vê por aqui.
Por exemplo, nos últimos oito anos, 6.180 estudantes se beneficiaram do mecanismo para ingressar na UnB. Para concorrer às vagas, os candidatos devem se declarar negros, cabendo a uma banca universitária julgar se esta é ou não sua condição. Prá ver como essa josta não funciona, em 2007 dois irmãos gêmeos se inscreveram no vestibular: um foi aceito no regime de cotas, o outro, não.
Criar sistema de cotas prá qualquer coisa é criar um tribunal de excessões em pleno século XXI.
O argumento dos defensores é que tais mecanismos da privilegiar admissões ou prioridades por cotas se propõem a promover uma reparações históricas. Quere facilitar a progressão acadêmica, vagas em cargos públicos, e outras tranqueiras a descendentes de africanos (neste julgamento em pauta) e também indígenas, homosexuais, mulheres, idosos, trá-lá-lá trá-lá-lá. Nem de longe é a forma justa ou a mais efetiva de fazê-lo.
Nathalia Goulart escreve hoje na VEJA que do ponto de vista legal, institucionaliza uma chaga nacional que, embora presente no dia a dia do país, não figura em nenhuma lei brasileira: a distinção entre cidadãos a partir da raça – um critério, aliás, aposentado, desde que as ciências esclareceram que a cor da pele pouco diz sobre nossa constituição genética e não define caráter. Outro equívoco é a tentativa de usar a universidade como campo de repação histórica. As boas universidades do mundo são centros de excelência que escolhem os melhores estudantes para produzir conhecimento e, consequentemente, riqueza. Preterir um candidato por outro menos qualificado só pode empobrecer a universidade, levando essa instituição a produzir o contrário da reparação histórica.
No que toca à visão do estudante preterido, as cotas levarão a segregações no seio do ambiente acadêmico. Por que saio eu e fica ele? Só por causa da cor? Mas eu tirei nota classificatória maior? E como fica? Como será olhado esse colega de turma? Acaba ou aumentará o preconceito?
O relator do processo é o Ricardo Lewando(não sei o que)wski que será o primeiro a defender seu voto no STF. Ainda não vazou posições dos ministros, mas o histórico de alguns deles levam a pensar como votarão. Ayres Britto uma vez disse que a lei pode ser utilizada como um instrumento de reequilíbrio social; barbozão falou que "Não se pode criticar uma lei por fazer distinções. O próprio, o típico da lei é fazer distinções, diferenciações, 'desigualações' para contrabater renitentes 'desigualações". 
Então acompanhemos mais esse causo. 

Protesto de Médicos em Manaus


Com informações do jornal A Crítica
Mais um protesto, com todo nosso apoio, contra o absurdo projeto de lei da senadora catarinense, eleita pela força da grana no estado do Amazonas,  Vanessa Grazziotin que torna automática a revalidação de diplomas de médicos formados fora do Brasil, em especial, na ilha maravilhosa de Cuba; aconteceu aqui na taba ontem. Foi promovido pelo Sindicato dos Médicos do Amazonas e pelos diretórios acadêmicos das três faculdades de Medicina de Manaus: UEA, UFAM e Nilton Lins.
Participaram com faixas e cartazes, professores e acadêmicos de Medicina, médicos e alguns parlamentares.
O projeto nº 015/2012 prevê que médicos detentores de diploma estrangeiro - digo de novo; em especial formados em Cuba -, não precisam ser submetidos à revalidação do diploma em território brasileiro. Num p[rimeiro momento, elas iriam atuar no interior dos Estados, sem a necessidade de testes ou exames sobre o que foi apreendido fora do País.
Segundo os profissionais, e endossados por este cacique, o movimento nacional visas chamar a atenção da sociedade para um problema que afeta não só a categoria médica, mas toda a categoria de Saúde e a sociedade. Que tipo de profissional estará sendo enviado para cuidar da saúde de quem se encontra no interior? salienta a diretora de Comunicação do SIMEAM, a médica Patrícia Sicchar.
Segundo ela, a revalidação dos diplomas se faz necessário pois as grades curriculares das faculdades do exterior são totalmente diferente daquilo que é ministrado nas academias brasileiras. A médica também chama a atenção para o fato de que, em qualquer lugar do mundo, qualquer profissional que queira exercer a sua função tem que ser submetido a avaliação.
Hoje a revalidação dos diplomas vem sendo feita atualmente por meio do REVALIDA; uma prova organizada pelo MEC, que mesmo sendo meia boca, se mostra eficiente, apesar do mesmo ter sofrido algumas alterações em sua segunda edição, com a média para aprovação reduzida de 7,0 para 6,0.
É óbvio que é uma manobra politiqueira uma vez que a maioria dos estudantes que foram para Cuba cursar medicina, foram apadrinhados e receberam bolsas por seus vínculos com algum partido político apaixonado por Cuba mas que nem em sonho querem ir prá lá..
O números estimados são de que 400 mil profissionais e 200 mil acadêmicos de Medicina, em todo o País estão fazendo mobilizações contra o projeto apelidado no meio acadêmico como”Fronteiras Abertas”
Os médicos requerem com justiça, que para terem segurança de atuar no interior, o que falta é dar suporte, como por exemplo, criar uma carreira dentro do Estado, como ocorre no Ministério Público e no Tribunal de Justiça, em que os juízes e promotores começam atuando no interior do Estado, até virem para a capital por critérios como merecimento ou idade.
Do lado dos acadêmicos, o projeto vai prejudicar quem passou anos em uma universidade (a média de um curso de Medicina nas academias brasileiras é de 6 a 7anos, mais uns 2 ou 3 de residência médica obrigatória) enquanto os acadêmicos de Cuba, passaram bem menos tempo que isso.
Enquanto pudermos atuar nestas páginas eletrônicas, seremos contrários a essa babozeira. A não ser que se obrigue os governantes da administração direta e indireta e nos três poderes a serem atendidos por estes médicos e não no Sírio-Libanês ou Einstein.

E os Rios Continuam Subindo Muito

No começo de abril, escrevi AQUI que o Rio Negro e demais rios da região estão subindo numa razão acima da média de cotas máximas e devem causar uma nova enchente record.  
Hoje deve ultrapassar a cota de emergência de 28,94 metros, que é um alerta para que sejam adotadas medidas preventivas pela Defesa Civil nas áreas alagadiças de Manaus. O Rio Negro vem subindo acima de 5 a 6 cm/dia chegando ontem 28,90 metros. O boletim do Serviço geológico Nrasileiro - CPRM prevê que este ano, o nível do rio Negro fique entre 29,06 e 29,96 m. A maior cheia da série histórica (cujos dados são obtidos desde 1902) foi 29,77 m e ocorreu em 2009.
Segundo o mesmo CPRM, em 2009, ano da cheia histórica, a cota de emergência foi alcançada no dia 11 de maio.
Nesta terça, a Defesa Civil Municipal começou a construir 450 metros de pontes e passarelas em  comunidades da zona centro-oeste de Manaus, mais submetidas à subida das água por serem mais baixas.

terça-feira, 24 de abril de 2012

O Canto do Sabiá, por Maria Eduarda

Numa árvorezinha vivia um lindo sabiá,
Era tão lindo o bichinho, que me fazia cantar.
Me fazia sonhar quando cantava,
Tão lindo quando voava.
Pena que quando derrubaram sua morada,
Ficou tão triste pois ficou sem nada.
Sabia que se voasse cansaria.
Então o que fazer?
Se correr o bicho pega,
Se ficar o bicho come.

Minha filhota Maria Eduarda (12) pediu que publicasse aqui na Tribo. Estou feliz com a iniciativa dela. Parece que tem mais...

Mais Uma Bolsa na Nossa Conta


Escrevi ontem AQUI sobre a reunião de dona deelma com os governadores do nordeste e as históricas falcatruas que se faz na região em nome do combate aos efeitos devastadores da seca.
Como coisa que até os cactos, palmas e mandacarus já podiam imaginar, depois de mais de quatro horas de reunião a governANTA anunciou a liberação de quase R$ 3 bilhões  para adoçar a sofrida boca dos guerreiros sertanejos, através da Bolsa-Estiagem, um auxílio de R$400, que será distribuído em cinco prestações de R$ 80. Os saques poderão feitos com cartões magnéticos, nas agências bancárias.
O porta-voz de tão alvissareira notícia foi o cumpanhêru Fernando Bezerra Coelho, aquele mesmo enrolado até o talo com escândalos de mais diversas ordens e herdeeiro da família que muito se aproveitou do sofrimento do povo para construir um império em Pernambuco.
Para ter acesso ao benefício, basta o nosso irmão nordestino integrar o Cadastro Único (seria a sigla CU?)  do governo, onde consta a relação de beneficiados por programas sociais.
É claro que a média não seria perfeita se não houvesse a declaração de que um auxílio não exclue o outro. Ou seja, quem já tiver Bolsa Família no sertão pode ter direito ao Bolsa Estiagem. Basta comprovar que reside em área afetada pela seca.
Assim, os estados deverão criar comitês de monitoramento, formados por representantes do governo federal e dos estaduai e tudo se resolverá.
Continua também a Operação Carro-Pipa, em curso através do Exército, que já está levando água a 654 municípios nordestinos e será ampliada com um incremento de R$ 174 milhões.
O ministro também afirmou que serão recuperados cerca de 2,4 mil poços; que serão antecipados recursos do Garantia Safra (seguro em caso de perda para pequenos produtores); e que está sendo aberta uma linha de crédito emergencial para pequenos a grandes agricultores sertanejos pelo Banco do Nordeste. Informou, ainda, que o Conselho Monetário Nacional já autorizou renegociação das dívidas de agricultores do semiárido que perderam suas lavouras.
O glorioso Edison Lobão que também estava presente ao encontro, disse que os reservatórios que abastecem as usinas do sistema Chesf ainda não indicam necessidade de racionamento de energia, pelo menos nos próximos cinco meses.
Fazer obras que realmente tratem o problema com seriedade jamais. Há muito tempo que pergunto: se Israel consegue fazer o deserto produzir com irrigação de gotejamento, por que não no nordeste do Brasil? Respondo: não gera taxas de sucesso nem votos comprados por consciências dependentes.
Pobre de meus irmãos nordestinos. Seguidamente iludidos por estes canalhas e continuam sofrendo.

Oportunidade de Negócio: Sociedade com Cristina Kirchner

Embora tenha por filosofia de funcionamento desde a sua criação não fazer propaganda neste espaço; a Tribo dos Manaós não podia deixar de fazer este especial mechandising, pois se trata de uma excelente oportunidade de negócios a seus leitores.
O tamborim portenho, depois de ter expropriado 51% da YPF-REPSOL, causando um enorme rebuliço no mundo todo, está desenvolvendo um projeto para conseguir sócios privados para a nova companhia estatal de petróleo do país.
Querendo ou não, deveremos nós brasileiros ser parceiros (tipo Caracu) nessa aventura pois ela já andou conversando com a Petrobras e a Total, além da Exxon, Chevron e Apache. A estatal chinesa Sinopec também estaria na lista de possíveis interessados que está sendo estudada pelo governo argentino.
O uso deste estratagema foi considerada previsível pelo ministro das Relações Exteriores da Espanha, José Manuel Garcia-Margallo, que descartou a possibilidade de que a YPF e o governo argentino possam financiar as dívidas da empresa e futuros investimentos sem a ajuda de novos aliados no setor privado, já que nos próximos cinco meses os vencimentos da YPF atingem US$ 1,6 bilhão.
Fica claro portanto, que não é nada surpreza que o governo argentino esteja procurando um sócio a quem vender o que foi expropriado à REPSOL, numa acintosa troca forçada de dono de uma propriedade privada.
A ameaça à Petrobras já ficou evidente quando os interventores da YPF divulgaram uma nota na qual informaram que a empresa precisa “gerar novos investimentos que permitam aumentar a produção de gás e petróleo do país”.
Entre 2003 e 2011, as reservas de petróleo do país recuaram 6% e as de gás despencaram 41%. No mesmo período, a produção de petróleo caiu 18% e a de gás 7%, segundo dados do Instituto Argentino de Energia (IAE).
Segundo o jornal El Cronista, o governo Kirchner pretende selar acordos com empresas privadas que permitam anunciar, no curto prazo, investimentos por um total de US$ 15 bilhões. De acordo com o diário argentino, muitos dos projetos já estavam sendo conversados com a REPSOL mas serão apresentados pela Casa Rosada como inéditos. Muitos estariam relacionados à exploração de gás não convencional, uma das grandes apostas do governo Kirchner.
Nosso conselho é: saquem suas poupanças e fiquem sócios de Tia Cris. Boas oportunidades não aparecem sempre.

segunda-feira, 23 de abril de 2012

Irrigando Bolsos

Desde os primordios dos tempos que a seca flagela a população nordestina. Como morei por lá minha infância e adolescência e andei muito pelo sertão, posso testemunhar a penúria que cerca as cidades e vilas atingidas pelo fenômeno.
Plantações e criações são dizimadas numa forma de corar o coração. A fome atinge de forma crassa as famílias e a migração é a única alternativa para o sertanejo. Doi. É de fazer chorar. Chega-se a ver crianças "caçando" calangos e outros animais do gênero para tentar se alimentar. Até as aves fogem. Os poetas clamam quando o Acauâ se cala ou seca o Talomi (planta que nasce nos leitos secos dos rios e cujas raízes profundas lhe dão sobrevida). É quando a coisa está muito perto da catástrofe final.
E sempre aparecem os milagreiros aproveitadores com milhares de dinheiros para resolver o problema. Os instrumentos antigos eram o Departamento Nacional de Obras Contra a Seca - DNOCS e Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste - SUDENE. O DNOCS ainda existe, embora continue inoperante e a SUDENE virou Agência de Desenvolvimento do Nordeste e continua um cabide de emprego e cofre cheio para falcatruas.
Como o sonho megalomaníaco da Transposição do São Francisco só ficará pronto em 2450, muitos milhares de milhões de reais ainda serão enterrados por lá.
No momento, a seca castiga 595 municípios no Nordeste, e atinge 2,5 milhões de pessoas, e por isso, a governANTA corre a acolher os brasileirinhos e brasileirinhas que sofrem na região. Ela está em Sergipe para uma reunião com os nove governadores para tratar de investimentos.
Mas basta saber que o tema mais em moda no nordeste é a informação de que sumiram R$ 312 milhões em verbas contra os efeitos da seca, numa ação controlada justamente pelo DNOCS, cujo orçamento do Dnocs, para este ano, será de pouco mais de R$ 1 bilhão, o que dá mais de 30% roubados.
Só nas Alagoas, a maior obra é uma mini-transposição do São Francisco: o canal do Sertão já gastou R$ 540 milhões. A obra vem desde 1992 e enfrentou ações judiciais, entre elas, por superfaturamento. Na semana passada, o Ministério da Integração Nacional garantiu dois trechos, mas não há data para conclusão do Canal.
Enquanto isso, caminhões-pipa de afilhados de políticos serrergonha bamburram nos esturricados caminhos entre vilas e cidades. E o povo, plantações e animais penando com sede.

Custos Altos, Vergonha e Humilhação


Li ontem na Folha de São Paulo sobre o atual andamento das ocupações nos morros do Rio de Janeiro pelo exército. Começo reconhecendo a importância dessas operações, posto que durante a presença dos militares, houve expressiva redução no total de homicídios nas áreas. Mas a qual preço e custo. Sim, pois são coisas diferentes, como pretendo mostrar.
Primeiro tratemos de custo. Por exemplo, para manter a Força de Pacificação do Exército apenas nos complexos do Alemão e da Penha, na zona norte do Rio, de novembro de 2010 a novembro de 2011 custou ao governo federal R$ 216 milhões. Isso equivale a quase a metade dos R$ 493 milhões destinados ao Exército no ano passado para modernização. Ou seja, o equivalente a cerca de 38% do orçamento destinado à Força. Até o final da operação, prevista para junho, o gasto total será de R$ 360 milhões para manter 1.800 homens, mais do que o previsto pelo governo do Estado para instalar e manter pessoal nas oito bases de UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora) programadas para os complexos do Alemão e da Penha. Nelas, a Prefeitura do Rio e o governo estadual gastarão R$ 132 milhões por ano para manter um efetivo de 2.200 PMs.
Durante os 16 meses de ocupação, seis diferentes unidades do Exército passaram pelos dois conjuntos de favelas que somam cerca de 220 mil pessoas, segundo o IBGE. Para o comando do Exército, a atuação de soldados na área urbana serviu para reduzir a criminalidade e para treinar a tropa.
Tenho cá minha dúvidas.
Segundo consta na reportagem da Folha, a ocupação do Exército não extinguiu o tráfico, mas os militares estimam que ele se limite ao consumo interno de moradores viciados das favelas. E mais: o Exército descobriu que ainda há fuzis no interior das comunidades de Nova Brasília e da Fazendinha, que compõem o Complexo do Alemão. Em fevereiro houve troca de tiros e, embora ninguém tenha se ferido, cabe o registro que foram vários disparos de munição 7,62 feitos contra a tropa.
Fica uma dúvida pairando: se os militares fosse atingidos e feridos ou mortos, como seria o comportamento da tropa? Cumprir as ordens de manter a paz e comportamento exemplar; ou reagir em seu instinto natural de auto-preservação? Em ambos os casos, os familiares dos mortos e feridos ficariam revoltados, mas no caso de "vítimas civis inocentes" a grita dos defensores dos direitos dus manus seria ensurdecedora.
Mas o que se sabe é que o clima é muito tenso por onde os soldados passam. Uns poucos poucos moradores que permanecem nas ruas olham ressabiados, de longe a passagem dos pelotões de patrulhamento. Em alguns becos muitas vezes a pouca iluminação que existe é apagada quando os militares passam, como uma forma que eles encontram para sinalizar aos bandidos em qual ponto da comunidade ele estão, e se estãos perto de alguma boca de fumo.
Ainda na parte preço do que quero mostrar, a reportagem informa que jovens trabalhadores moradores do bem apontam, riem e debocham de soldados do Exército que percorrem as vielas das favelas. Segundo os militares, tem sido cada vez mais comum o surgimento de crianças no alto das lajes para jogar pedras e até bombinhas de fabricação caseira nos soldados.
Tudo tem limite, inclusive o auto-controle e a postura militar adequada. vai que um soldado desses mais nervoso ou até assustado dá um tiro! Pronto...Phodel tudo.
As valorosas ONG's que atuam nos morros dizem que "Há um distanciamento entre tropa e população. Os diálogos só acontecem quando há uma discussão. Há intervenção sem integração". Uai, preferiam ser subjulgados e controlados pelos traficantes?
Fato é as tropas custam caro e são expostas a humilhações desnecessárias. Ficam no exercício de sua missão totalmente entregues às baratas, quiça literamente. Torço para que, ao menos, não se corrompam nem se machuquem. Tupã que os proteja e oriente.

domingo, 22 de abril de 2012

Assim na Terra Como no Céu


Com informações do Estado de São Paulo
O tema é recorrente, mas quero dar uma nova abordagem.
Ao sul do Trópico de Capricórnio, uma permanentemente enlutada Cristina Kirchner, apresenta uma versão sofrida mas dedicada ao povo portenho, com o mesmo afinco que fazia sua compatriota Eva Martinez de Peron.
A face transtornada pela profunda tristeza e pela toxina botulínica, reflete uma permanente missão de se martirizar por seu povo. 
Ao se apresentar como redentora ao retomar da espanhola REPSOL o controle da YPF, por se tratar de setor de "interesse público e nacional", invocou os trabalhadores argentinos da empresa (não os executivos espanhóis, a quem foi ordenado desocupar a moita em 15 minutos) a "Ajudá-la a reconstruir essa grande empresa, que volta a ser nossa". Mas nada falou sobre os restantes 25% que estão nas mãos de milionários investidores locais, contumazes financiadores de campanhas. Com esses ninguém mexe.
Na visão do historiador argentino Luis Alberto Romero, autor de História Contemporânea da Argentina (Zahar, 2006), o fato apresenta boas oportunidades para se entender a Argentina deste terceiro mandato presidencial da dinastia Kirchner - o segundo de Cristina. Para ele, a tomada da YPF esconde de tudo um pouco: corrupção, incompetência do governo e mais uma tentativa de se resgatar o nacionalismo argentino. Ou seja, apenas uma cortina de fumaça. Romero acha que, assim como Kassab, a presidente não é de esquerda nem de direita nem de centro e apenas quer se perpetuar no poder, a exemplo dos demais vizinhos e do bolivarianos locais.
Se por lá o exacerbado nacionalismo necessitou se manifestar violentamente através da YPF, posto que os limites de controle do massacrado povo argentino já estavam beirando o caos, pela galopante e mascarada inflação e estagnação, por aqui ainda resta o mito dos 9 dedos que venceu a morte assim como um messias metalúrgico.
Sua criatura bate recordes de popularidade e aprovação, recebe honras e louvores até "duzianques" que julgam o Brasil o baluarte da luta contra a corrupção, mesmo pipocando nos quatro quadrantes da nação escândalos de Alfa a Ômega do alfabeto, com um Delta no meio.
Entonces, por enquanto, nada devem temer montadoras, petroleiras ou outras multinacionais, pois o máximo que se fará é aumentar o imposto de importação, ou as tributações sobre capitais.
Bastará um eloquante, inflamado e emocionado discurso do ungido de deus sobre uma carroceria de caminhão para se conduzir a manada em direção às urnas sacramentadoras.
Utilizar cortinas de fumaça é um estratagema conhecido de todos os governos. Por lá, eles talvez estejam colocando as mãos naquilo que acreditam ser um saco de dinheiro para cobrir o crescente déficit fiscal.
Por aqui, basta falar de préçau, copa do mundo, carnaval e bolsa-família e tudo se resolve.
É claro que nacionalizações facilitam o uso político de cargos e, por causa disso, as empresas acabam perdendo produtividade e competitividade.
Assim como nosso margarina, o ministro do comércio argentino só pensa nas contas daquele dia. Ouve-se, aqui e lá, que o governo esconde os reais índices de inflação e a queda fragorosa no ritmo do crescimento. E fora da economia, que problemas os países enfrentam?
De ambos os lados da fronteira, os governos que assumiram o controle de todos os meios e orgãos de poder, por convencimento, aluguel ou aparelhamento. E as oposições não conseguem encontrar uma forma de enfrentá-los. Junte-se a isso, cidadãos mal informados, incultos e facimente manipuláveis, fruto da indecência dos sistemas educacionais e do surto consumista da sociedade, que vive o dia e apoia um governo que acredita ser a melhor forma de evitar o caos provocado pelos invasores exploradores de riquezas e recursos da terra convocados por destruidores do patrimônio nacional por serem privatizantes.
Esquecem-se que seus telefones celulares já foram objeto de declaração de bens ao imposto de renda e que suas TV's de LCD já custaram mais que carros de luxo.
E sobre a já citada oposição? Acima e abaixo do risco da fronteira, vai muito mal. Não consegue enfrentar governos que dispõem, até agora, de uma grande quantidade de dinheiro para fazer populismo e que sabem usar essa ferramenta como ninguém. Não sabem como se opor a coisas que, aparentemente, são dignas de apoio, mas que na prática são ruins. Caem na encruzilhada de não ousar dizer o que tem que ser dito, pois temem ser acusadas de pouco patriotismo, ou pior, entreguismo; rumo certo ao inferno político.
Por lá, Cristina já enfrentou agricultores e a mídia. Por aqui, deelma se bate com os grandes produtores rurais por conta do Código Florestal, mas dorme com os insanos destruidores do MST. E para a mídia, basta soltar os cachorros de guerra dos colunistas regiamente financiado por anúncios de estatais.
Os atuais governos só pensa em curtíssimo prazo. Uma inversão histórica. Caso de cá são as eleições municipais, onde se fará de tudo para fincar bandeira nos últimos redutos ainda disponíveis.
Assim como Cristina usa e abusa de evocações a nestor, com frases e expressões escolhidas a dedo como "ele me guia", "ele me ajuda", nossa governANTA se calca com eloquência gigantesca no seu criador. Agora mais forte ainda pós-cura milagrosa e milagreira. Ou vocês duvidam que logo surgirão casos de enfermos sarados por invocarem seu poderoso nome?
Por lá se manifesta uma falsa ruptura com a Confederação Geral do Trabalho (a maior central sindical do país) e grupos empresariais. Por aqui temos o Paulinho da Força. Peraí, deixa eu ver se pus o cedilha, prá não fazerem mau uso de meu texto...Ah, pus sim.
Ë clássico na América Latina, o populismo se colocar acima dessa tola dicotomia direita X esquerda. Basta mandar e desmandar e pronto. A qualquer preço infelizmente.
Portanto, vejo enorme semelhança sobre o que ocorre do lado azul e branco com o lado verde-amarelo. Isso para me limitar apenas a essa fronteira. Se subir mais ao norte ou migrar no rumo dos Andes, veremos muitas mais.
Temo que assitamos novos circos de horrores por aqui. A ver...

Dia do Descobrimento

Recebi por e-mail do Milton Jensen e desconhecemos o autor; que seja quem for, merece todo o crédito e parabéns.